[Urinary Incontinence in Women Who Practice Recreational Exercise: A Cross-Sectional Study].

Urinary incontinence affects up to one third of women in Portugal. Exercise can be a precipitating/aggravating factor but also protective, if appropriate. The aim of this study was to determine the prevalence of urinary incontinence in women who practice recreational exercise, to assess its relationship with the type of exercise and other coexisting risk factors, and assess whether the topic is addressed in gyms.

Cross-sectional study using self-reported questionnaires in gyms in Porto and Vila Nova de Gaia, Portugal.

Two hundred and ninety women completed the questionnaires. From these, 67.6% were under 40 years old, 25.2% reported incontinence, and 53.4% had at least one risk factor unrelated to exercise. There was a statistically significant association (p < 0.05) between incontinence, obesity and constipation. High impact exercises were included in the training of 62.1% continent and 50.9% incontinent women. The topic of incontinence and strengthening of the pelvic floor muscles was addressed in only 5.5% in the initial assessment, 9.7% in collective training, and in 13.5% of the 37 women with individualized training.

The higher proportion of continent women - compared to incontinent - who practiced strenuous exercise suggests that this might be a provocative factor for some, although there was no statistically significant association between incontinence and type of exercise.

Urinary incontinence affects women who practice recreational exercise, regardless of age and exercise characteristics. It is rarely addressed in gyms, and it is necessary to raise the awareness of professionals to enhance the preventive/therapeutic effects of exercise on the function of the pelvic floor and in the control of modifiable risk factors.

Introdução: A incontinência urinária afeta até um terço das mulheres em Portugal. O exercício pode ser fator precipitante/de exacerbação, mas também protetor, se for adequado. O objetivo deste estudo é determinar a prevalência de incontinência urinária em mulheres praticantes de exercício recreativo, avaliar a relação com o tipo de exercício e outros fatores de risco coexistentes, e aferir se o tema é abordado nos ginásios.Material e Métodos: Estudo transversal através de questionários de auto-preenchimento em ginásios do Porto e Vila Nova de Gaia.Resultados: Duzentas e noventa mulheres completaram os questionários. Destas, 67,6% tinham menos de 40 anos, 25,2% referiam incontinência e 53,4% tinham pelo menos um fator de risco não relacionado com exercício. Verificou-se uma associação estatisticamente significativa (p < 0,05) entre incontinência, obesidade e obstipação. Exercícios de alto impacto eram incluídos nos treinos de 62,1% das mulheres continentes e 50,9% das incontinentes. O tema incontinência e fortalecimento muscular do pavimento pélvico foi abordado em apenas 5,5% na avaliação inicial, 9,7% em treinos coletivos e em 13,5% das 37 mulheres com treinos individuais.Discussão: A maior proporção de mulheres continentes, comparativamente às incontinentes, que praticavam exercício extenuante, sugere que este era um fator provocativo para algumas, não se verificando, contudo, uma associação estatisticamente significativa entre incontinência e tipo de exercício.Conclusão: A incontinência urinária afeta mulheres praticantes de exercício recreativo, independentemente da idade e características do exercício. É raramente abordada nos ginásios, sendo necessário sensibilizar os profissionais para potenciar os efeitos preventivos/terapêuticos do exercício na função do pavimento pélvico e no controlo de fatores de risco modificáveis.

Acta medica portuguesa. 2021 Nov 02 [Epub]

Maria Francisca Silva, Rui Prado Costa, Carla Maria Oliveira, Susana Moreira

Faculdade de Medicina. Universidade do Porto. Porto. Portugal., Serviço de Medicina Física e Reabilitação. Centro Hospitalar Universitário de São João. Porto. Portugal., i3S - Instituto de Investigação e Inovação em Saúde. Universidade do Porto. Porto. INEB - Instituto de Engenharia Biomédica. Universidade do Porto. Porto. ESS-IPP - Escola Superior da Saúde do Porto. Instituto Politécnico do Porto. Porto. Portugal.